"Morrer é inevitável, mas naquele momento o que ele mais desejava é que a morte pudesse ser uma escolha nossa. Ainda não havia chorado, mas ao ver o caixão, sentiu uma pontada, uma dor tão forte que foi parar numa cama de hospital, talvez até na que ela havia acabado de sair.
Ficou desacordado por alguns dias, sonhando durante todos eles. E quando acordou, não sabia se a sua vida ainda fazia sentido. Começou a ouvir uma voz doce comemorando a sua recuperação, mas não sabia quem era a dona desta. Quando conseguiu abrir bem os olho percebeu que era sua mãe.
-Que susto você nos deu, meu filho, Achávamos que você não sairia desta.
Ainda acordando ele nem respondeu a mãe. Apenas lembrava-se do que tinha acontecido até aquele momento. Lembrou-se finalmente do enterro e do rosto daquela moça que ele nunca havia nem falado na sua vida.
-Meu filho, o que você estava fazendo naquele enterro? Quem era aquela moça? - perguntava a mãe tentando entender o que o teria feito ter tido aquele enfarte.
Continuou calado, apenas lembrando do que havia acontecido: naquele dia ele acordou cedo, colocou uma roupa social, recebeu uma ligação de um colega do trablhao avisando que a reunião só seriamais tarde, quando viu de longe uma flores lindas, comprou-as mesmo sem ter para quem dar. Foi aí que algo começou a guiá-lo até o cemitério, onde viu que estava acontecendo um enterro. Curioso e com um pressentimento foi aproximando-se do caixão e das pessoas, todos choravam muito, e ele, sempre tão sensível, ainda não tinha derramado nem uma lágrima. Quando olhou aquele rosto pálido, aquela boca brana, e aqueles traço tão lindos no rosto daquela estranha, sentiu uma pontada e aí foi parar no hospital.
Passou precisamente oito dias desacordado. Na verdade estava "morto" no hospital e vivo em outro lugar. Onde exatamente ele não sabia, mas ele passou oito dias com aquela mulher a qual ele havia visto morta. Foram os dias mais românticos de sua vida, ou morte, ninguém sabe dizer ao certo.
Quando recebeu alta do hospital resolveu pesquisar sobre a tal moça. Descobriu rapidamente a família, com quem foi falar. Contou aos pais da moça o que havia acontecido e falou a eles que durante seus oito dias desacordado a presença dela estava muito forte. Ela não saiu do lado dele em nenhum segundo e quando o seu coração bata mais fraco, sentia o calor do corpo dela e o coração voltava ao normal. Falou que aquilo podia ser meio estranho,mas ele estava apaixonado pela filha deles.
A mãe só conseguia chorar eo pai tentava pensar de onde ele poderia ter conhecido a sua filha, mas de nada adiantou. Ninguém tinha nenhuma informação para dar a ele. Despediu-se dos dois sem deixar de lembrá-los o quanto a filha deles os amava.
Saindo de lá passou pelo cemitério, levou flores para a sua amada e foi para casa. Chegando em casa a primeira coisa que fez foi dizer a seus pais o quanto os amava e foi se deitar, afinal, o médico havia recomendado muito repouso. Adormeceu, viu aquele lindo olhar, aqueles olhos cor de mel e sentiu-se em paz.
-Vem comigo? A morte não é fácil sem você.
-Eu vou, pois a vida também não é."
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Texto escrito por mim mesma. ahahha
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