domingo, 24 de fevereiro de 2013

Circulando

Eu sei que eu tenho que te deixar ir. Nada seria mais injusto do que te prender aqui. Você merece muito mais do que essa confusão que se passa dentro de mim. Se nem eu entendo, como posso pedir para que você me compreenda? Como posso dizer para você ficar, se não sei aonde que estou te colocando? Mas dizer adeus...

Não sei de onde tirar forças para te mandar embora. Eu sei que não importa o que eu diga, você sabe que não quero ficar longe. Dizem por aí que o que importa mesmo é o sentimento. Ah, mas se fosse só isso seria tão fácil! Se fosse só dizer que quero acordar e dormir do seu lado... não sobraria dúvidas.

Sou eu é quem complico? Já ouvi muito que mulher é complicada. Mas será que estou errada de querer o melhor caminho para você e de achar que este não é ao meu lado? O seu sorriso é tão encantador! O brilho dos seus olhos ilumina qualquer ambiente! Só de lembrar dos seus beijos me arrepio dos pés à cabeça! Não me sai dos pensamentos o timbre da sua voz que canta pra mim...

Quero seguir, andar pra frente sem olhar pra trás. E se o caminho for um círculo? Então, eu volto. Vou fechar os olhos e andar; deixo você aonde está e sigo... se tiver demorando, eu aperto o passo, corro, viro maratonista. Os ponteiros do relógio vão sempre pra frente e voltam sempre para o mesmo lugar. O tempo vai passar, mas espera! De passo em passo, eu volto pra você!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Romance não-ideal

Eu queria poder te oferecer uma vida daquelas de cinema. Com cenas de amor explícitas, corridas em aeroportos, beijos intermináveis e trilha sonora. Nós teríamos uma música tema que tocaria toda vez que nos encontrássemos. E você me olharia no fundo dos olhos e me sorriria um sorriso de canto de boca pra emocionar o público.

Todas as nossas brigas durariam só alguns minutos, afinal, o filme tem que continuar e os mocinhos precisam viver este amor. E nossa primeira noite seria a meia luz, com pétalas de rosas, ou quem sabe em uma praia deserta a luz do luar... 

Nossas intenções nunca seriam ruins. Nenhum de nós visaria a mágoa, a lágrima do outro, nem por um segundo. Dançaríamos a margem do Sena, brindaríamos com champanhe dos bons e estaríamos sempre maquiados e bonitos. Faríamos discursos de reconciliação, demoraríamos horas para desligar o telefone, tramaríamos surpresas que nunca seriam descobertas antes do tempo.

Nunca estaríamos de mal humor e acordaríamos com o hálito de menta. Você recitaria poesias, gostaria das mesmas coisas que eu e me amaria incondicionalmente cada segundo que passasse. E se tivéssemos que nos separar, seria um final bonito e "melhor assim".

Só tenho para te oferecer o meu amor imperfeito do jeito que é. Recheado de brigas bobas, algumas mais sérias e, às vezes, com frases para te ferir. Um pedido de desculpas sincero, mas sem exageros. Sem maquiagem, com mal hálito matinal e surpresas mal feitas. 

Não gosto de muitas coisas que você gosta, sei que você não conhece meu autor preferido e prefere uma boa partida de futebol ao invés de poesia. Eu tenho TPM todo mês, não gosto de fazer discursos e desligo o telefone rápido. 

Casa comigo?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

E foi

E é quando eu percebo que não posso te culpar, nem culpar a mim mesmo. Percebo que, na verdade, culpa não é e nunca vai ser a palavra. É que é muito mais fácil tentar arranjar culpados, vilões, más intenções, do que aceitar que foi assim e que assim é que tinha que ser. Não é destino escrito em algum livro da vida nem nada parecido, é só consequência. Consequência de diversas ações, reações e inércias que tivemos - eu e você, você e eu, nenhum de nós - e que nos trouxeram até aqui.

Aqui onde eu não sou mais um pedaço de você e meus pedaços são infinitos e esparramados pelo chão. Onde não sei por onde começar e, muito menos, aonde quero chegar, mas não posso ficar parado. Então, ando. Ando e penso. Penso e choro. Choro e continuo. Porque parar não é a solução.

Aliás, solução para quê? Não há problemas; não existem respostas, ou resoluções. Existe hoje. Você aí, de malas prontas e eu, de coração dilacerado e corpo perdido. Perdido de sentido, de caminhos, de mapas. E forte. Fortaleza que não quer deixar transparecer a dor, que quer ser homem da sociedade machista, que quer se fazer de homem que não chora.

Que bobagem! Quantas vezes você já não me viu chorar? A quem quero enganar quando me faço de algo - não consigo nem dizer alguém - que não sou e que não gosto de ser. É que se você me vir chorar, talvez não entenda. Não entenda que é com a dor que quero ficar, não com você.

Por isso vou. Carrego suas malas até o taxi, te dou um beijo no rosto e te deixo ir embora. Não digo adeus, pois não sei se quero que você vá, ou que fique. Ou que vá e fique. Ou que fique um pouco, mas vá. Não sei o que quero, mas quero.

E assim mesmo é que percebo que as intenções não são ruins, nem boas, talvez nem intenções. Não é uma palavra que vai mudar toda a história que nos trouxe até aqui. Então, aceito. Aceito sem aceitar, mas aceito. E entendo sem entender. E vou sem ir. E fico. E fim.

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