Se nossas vidas são caminhos, pré-determinados ou não, hei de dizer que existem cruzamentos, esquinas, vias retas e opostas: encontros, reencontros e desencontros.
Vias paralelas podem se cruzar e permitir que algo surja. Não precisamos estar prestando atenção, nem ficar ansiosos, para que o encontro possa ocorrer; deparar-se. O mais belo do encontro é a surpresa de achar aquilo que não se procura.
Olhar nos olhos e encontrar. Através da janela d'alma do outro, perceber-se. Descobrir traços em comum; traços diferentes e complementares; ideias nunca pensadas. Reconhecê-lo e reconhecer-se.
Vem tempo, vai tempo. Tudo passa, nada muda. Até que, em algum caminho, reencontra-se; encontra-se novamente; torna-se a encontrar. E aquele que parecia não mais existir, aparece como da primeira vez. Há de se perceber a importância do reencontro. Parar de esperar por novos encontros e procurar aquilo que está/já esteve presente.
Fechar os olhos e reencontrar-se. Através do autoconhecimento, resgatar tudo aquilo que parecia esquecido, apesar de parecer importante. Perceber, nas relações, que as semelhanças existem e as diferenças são capazes de construir. Ir de encontro a; procurar por.
Desencontrar. Através da percepção da impossibilidade de desenvolver um (re)encontro, procurar direções opostas. Por ter encontrado-se, impedir o encontro com.
Olhar em volta e desviar. Seguir caminhos diferentes. Atravessar o cruzamento; não parar na esquina. Desencontrar para poder encontrar. Fugir do encontro marcado, do provável, do caminho acostumado e buscar o inesperado, o súbito, o oculto. Seguir a via de olhos fechados e surpreender-se com o novo.