terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Você aqui

Eu te vi na esquina, espiando de longe, esperando eu sair de casa. Já faz tempo que te vejo passando por aqui para ver se pega um pouquinho de mim, mesmo que de longe, mesmo que de relance. E já te falei que você pode entrar, que a porta tá aberta, que seu olhar pode encontrar o meu sem medo, sem dúvida, sem dor. É que, às vezes, você fica tentando entender o que é isso que tá acontecendo e eu já estou cansada de explicar que não tem explicação.

Pode chegar mais perto e perceber que eu tô aqui agora. É que você se preocupa demais se amanhã eu ainda vou estar no mesmo lugar, se a gente vai dar certo, se as coisas vão acontecer. Eu já te disse, meu bem, já te disse que não sei. E pára de dizer que não tenho certeza de nós, porque já te falei que certeza eu só tenho de que seus lábios são uma delícia e nosso beijo encaixou como chave na fechadura feita sob medida. 

É que eu não vou mesmo te prometer o mundo, a lua, as estrelas. Eu parei de sonhar há tempos atrás. Parei de sonhar desde que acordei e vi que nada daquilo era verdade. Agora eu vivo, meu bem. E estou aqui de braços abertos te falando para entrar e viver comigo. 

Pode passar da porta que eu prometo tentar não te machucar. Tentar, porque não tem como saber se amanhã você vai continuar gostando desse meu jeito de dizer as coisas sem pensar duas vezes. E, também, não sei se continuarei gostando de tudo que acho lindo em você agora. É que, às vezes, acontece da gente apagar o brilho das coisas e achar tudo meio fosco. 

Eu não quero mascarar a verdade com umas palavras bonitas e dizer pra você se jogar sem olhar pra baixo que tudo vai dar certo. Só que agora tá dando certo e o que posso te dizer é que se você cair eu tô te dando as mãos. E é nesse entrelaço de dedos que digo, penso e escrevo. Agora eu só quero você aqui. E só peço que fique enquanto quiser ficar. 

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