Acabou a luz. Tudo escuro, tudo em silêncio. Era tarde, o mundo estava quieto. Como se não bastasse a quietude, ele ficou escuro. Naquele quarto estava ela acompanhada somente de sua insônia. Há dias que não conseguia dormir e não sabia bem o porquê. Parecia ansiedade, mas sem motivo aparente. Enquanto lia e ouvia suas músicas, a luz apagou-se.
A raiva tomou conta de seu corpo. O que fazer quando não se tem sono, nem luz, nem som? Então, parou. Parou e ouviu. Começou a escutar o som do caminhão de lixo que passava na rua. Ouvia pessoas que passavam de longe e falavam algo incompreensível tamanha distância. Apreciou os sons.
Então, parou. Parou e sentiu. Sentiu o ritmo do seu coração. Percebeu a sua respiração. Sentiu cada parte de seu corpo. Podia sentir um relaxamento que começava na cabeça e ia descendo até os pés. Seu corpo ficava leve cada vez que inspirava o ar e soltava pela boca.
Então, parou. Parou e percebeu. Percebeu que no silêncio, no escuro e com o corpo relaxado, ela podia se perceber. Podia dar conta de seus pensamentos. Ouvir o que dizia seu corpo, e, também sua mente. Podia sentir a si própria e, assim, compreender-se.
A luz voltou. Junto com ela, o som voltou a tocar. Olhou ao seu redor e observou todas as cores. Então, parou. Parou e dormiu.
4 comentários:
Dormiu e sonhou comigo. <3
Adoro os comentários da Camilla hahahahahahaha muito bom o texto :) às vezes a gente percebe tudo menos nós mesmos.
"Quando tá escuro, tanto faz que cor tem
Quando tá escuro, só valem as palavras
Quando tá escuro, ninguém repara minhas meias
É onde eu abro as minhas asas, onde eu me sinto em casa
Passo o dia inteiro esperando a noite chegar
Porque não há mais nada que eu queira fazer..."
Mais uma pra trilha! ;)
Quebrar a moralidade do corpo e alcançar a alma é atingir a consciência e o paraíso que sempre estiveram dentro de você. hahah
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